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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Aprendendo a escrever!

 Ainda me lembro bem de quando comecei a escrever com uma caneta, até então eu escrevia só com lápis, risos, ainda muito novo com medo de errar a escrita e ter que utilizar aquele branquinho horrível que deixava vários borrões branco no meio do texto, e que era simplesmente uma tinta branca que cobria a tinta da caneta, sempre achei aquilo péssimo, mas enfim, fazia parte e acho que até hoje faz.

Eu gostava de escrever e pintar, nossa eu ganhava vários almanaques da minha mamãe, era super ultra mega legal pintar cada um daqueles desenhos, e também eu não dormia sem antes ler um gibi, nossa que época gostosa de viver, era tudo tão simples e básico, sem muita pretensão de outras coisas, com muito pouco, muito se tinha e uma visita nossa era espetacular, poder interagir com outras pessoas e absorver um pouco da experiência de vida que cada um trazia consigo, uma bagagem, podia não ter fotografias, mas as palavras soavam como imagens ao serem ditas e ao passarem pelos ouvidos, meu Deus, quanta preciosidade, até nos mais simples dos seres humanos.

Meu Papai tinha um amigo que era deficiente visual, e posso dizer que ele, mesmo sem enxergar um palmo a sua frente sabia muita coisa e talvez até enxergava muito mais com seus sentidos que alguns com uma boa visão.

Me lembro bem da primeira vez que troquei um fusível da caixa de força da casa onde morávamos, nossa ali eu entendi que o limite estava bem longe de ser o que eu imaginava e que o mundo podia me oferecer muito mais do que eu imaginava, tanta coisa, tanto que eu podia aprender, pode até parecer exagero, mas eu me sentia assim de verdade.

Sempre ganhei agendas, podia até ser antiga, do ano passado, o que me importava era ter página pra eu interagir com minha caneta, escrever, colar anúncios de carros novos que eram lançados no mercado de automóveis, me lembro do Fiat Coupe, não me lembro de todos mas esse eu me lembro, recortei e colei em uma das minha agendas, não era muito, mas era um mundo particular onde eu tinha todas as ferramentas que precisava.

Quando comecei a entender o quanto a minha interação podia representar naquele pedaço de papel eu podia sentir com toda a sensibilidade o poder da esfera na ponta da caneta traçar com firmeza e habilidade o que corria em minhas veias e pulsava em meu coração, eram meus sentimentos e o toque suave da caneta que transformavam um universo lindo, cheio de amor nas pessoas e a luz daquele brilho intenso se espalhava pelo ar e compunha a graça que eu queria ontem, hoje e sempre que fosse eterna.

Enquanto eu puder e me for possível, estarei escrevendo e deixando um pouquinho de mim entre as folhas que hoje são digitais, com palavras, desenhos, rabiscos, sempre deixando uma marca com carinho e amor para todos quantos for possível.

FB - 25/08/2020



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