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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A chama!

 Não todos os dias, mas em muitos eu sinto uma chama tão intensa acender meus pensamentos e com isso fico aguçado cheio de intensidade querendo explodir meus pensamentos, sentimentos e tudo aquilo que queima aqui dentro como se fosse um combustível potente, fazendo minha emoção expandir longe, distante e reluzir algo tão bom e agradável, que é difícil explicar, sei que é muito bom, sinto uma sensação ótima.

Desde que comecei a escrever meus sentimentos tenho esse tipo de fervor, quando me disponho a transmitir o que estou pensando bum, lá vem aquele monte de palavras que não consigo ordenar, as vezes até consigo, mas não é algo que posso escrever uma frase e deixar para escrever outra depois, é apenas escrever e sentir.

Durante anos eu acordava e o que eu mais queria era ir para a casa dos meus avós para me assentar e ver mais um pouco de tudo aquilo de novo, meu avô com seu ritual respondendo cartas do pessoal de Amparo, filhos, genros, noras, e cortar o fumo recém recebido vindo de Portugal e deixar no sol, minha avó na cozinha sempre fazendo alguma coisa para comer, ela era prendada e também muito charmosa sabe, ela adorava ir ao salão e ficar toda lindona, cabelo arrumado, unhas pintadas, que bom que era isso, morávamos bem perto, então todos os dias eu estava lá disposto a aprender um pouco mais com meus velhinhos.

Era tão intenso, as músicas tocadas no rádio que ficava na mesa da cozinha, meu avô sentado na poltrona que ficava na varanda, o pouco que aprendi no porão cortando madeira e muitas vezes ajudando meu avô, outras vezes estava lá eu trepando no limoeiro, à pedido de meus avós, outras vezes eu colhia figo, só não gostava daquele liquido branco que saia ao romper a fruta do galho, era como se fosse uma cola, mas mesmo assim era tão bom, todas essas atividades me fazia sentir que eu era de alguma forma importante e que podia contribuir mesmo sendo pequenino.

Eu aprendi muitas coisas e acredito ter ensinado algumas também, quando crescemos acabamos ficando um pouco cegos, mas quando somos novos, nossa inocência nos ajuda a criar oportunidades de melhoria, seja aprendendo ou ensinando, e ensinamos de graça, as vezes não percebemos, mas um simples ato de ajudar pode elucidar o que a outra pessoa jamais teria pensado em fazer, mas ao notar que você fazia, plim, ali estava alguém aprendendo algo.

Dentro desse contexto foi que aprendi muito sobre muitas pessoas, observando tudo, muito disso tudo foi quando eu era Office-boy, eu trabalhava o dia todo indo de um lugar para outro e em todos os lugares era cada experiência que eu tinha, muitas vezes apenas observando ali sentado, no ônibus, no metro, em alguma fila, cada um com sua particularidade.

Eu me sentia como uma maquina de lavar a todo tempo girando, buscando palavras e como poderia expressar aquele meu sentimento em vista de tudo e em relação a todos, o engravatado, o mendigo, os amigos, a família, tudo estava sempre criando, tudo me fazia criar.

Eu me guardava em meu quarto e começava a minha busca, fazia alguns desenhos, colocava minhas fitas para tocar no meu som auto-reverse, ouvia infinitas vezes, na época a minha janela pegava o lindo nascer da lua, hoje tem uma construção bem na frente, mas era único, minha escrivaninha que passava o dia todo fechada, mas ao final do dia ao abrir ali estava a minha caixa de diversões, a mistura de um dia de sentimentos e sensações, as ferramentas para adequar tudo que girou na minha maquina de lavar (meus pensamentos), a lua me mostrando que mais um dia estava acabando e que aqui estamos novamente.

Tudo é tão grandioso e belo, exceto se deixarmos de acreditar.

Todos os dias a chama está acesa e faz brotar o agradável e grandioso amor e a gratidão por mais um dia. Obrigado Deus e obrigado a todos que estão na minha vida e todos que algum dia fizeram parte de tudo isso.

FB - 25/08/2020


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