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sexta-feira, 5 de abril de 2019

Num piscar de olhos...


A vida tem passado tão rápido, o mundo tem girado a uma velocidade que nem nos damos ao luxo de deixar um minuto passar sem fazer algo, simplesmente deixar passar sabe, largar o que seja para fazer e esperar este minuto escorrer como se não tivéssemos todo este desespero que temos hoje de fazer tudo, um pouco e algo mais.

O que é esta ansiedade que está corroendo a sociedade, que está destruindo a sensibilidade de todos, será que isso que temos hoje é o que sempre esperamos ter, será que essa loucura desenfreada que temos de fazer, de falar, de tentar, de ser para todos, de querer estar em todos os lugares e ao final de tudo nos deixamos esquecer que a nossa família os nossos amigos e todos aqueles que tínhamos já se foram e que a nossa vida já havia a muito tempo deixado de ser feliz, determinada, amparada e alegrada pelos mesmo amigos e familiares que hoje temos em uma rede social ou em algum grupo feito em aplicativo de mensagens.

Quem deixamos de ser? Ou melhor, quem nos tornamos por fazer?


Deixamos de ser humanos e nos tornamos membros de redes, membros esses que vivem dentro de uma caixa e que se dedicam a este mundo absurdo, porém criativo que conecta a milhares de pessoas globalmente em tempo real e são e estão o tempo todo interligados a isso.

Nos tornamos formadores de grupos, religiões, políticos de nós mesmos, infratores dos seres humanos, ditadores de opiniões adversas, entre outras coisas, o mundo já não é mais o mundo se não uma figura fixada dentro desta caixa alucinante que a cada instante convoca e chama atenção de todos a se comunicarem, por voz, mensagem de texto ou o que quer que seja postado dentro desse universo da caixa ou a rede.

Nos tornamos escravos do tempo, e o tempo nos aprisionou neste universo paralelo que entretém, que diverte, emociona, mas que é apenas um universo ditador de imagens que nos põem a extremidade da qual não somos livres para ser o que queremos ser, somos apenas a imagem que todos desejam ou aquilo que é usual dentro de uma realidade virtual, discreta e sem noção da necessidade do que simplesmente nos é suficiente.